
A atuação do profissional de saúde mental junto às comunidades durante a pandemia da Covid-19 deve se pautar, primeiramente, na avaliação realista das necessidades e compreensão dos recursos disponíveis. De acordo com Maria Helena Franco, psicóloga com profunda experiência no atendimento a crises e emergências, é preciso:
1. Avaliar as reais demandas e atualizar essa avaliação constantemente. Há fato novo? Qual o papel de cada um da equipe envolvida no apoio a esta comunidade? Há necessidade de redistribuir as tarefas? Eu ainda devo permanecer aqui ou agora outro profissional deverá seguir adiante?
2. Checar se há um programa de saúde mental existente, se ele já existia antes da pandemia e era bom, trazia resultados para a comunidade. Se sim, ele trará informações relevantes para um suporte efetivo, pois já pressupõe um canal aberto com a comunidade e conhecimento mais profundo de suas características.
3. Quais são os programas psicossociais existentes para esta população?
4. Ter consciência de que a Covid-19 pede outras providências a qual não estávamos acostumados, gerando uma mudança brusca de comportamento, em especial o isolamento social e todos os seus impactos, e o desenvolvimento de novas habilidades
5. Todos os profissionais de saúde mental deverão atuar de acordo com um Protocolo Único? É preciso acompanhar e respeitar as normas técnicas levantadas pelo Conselho Federal de Psicologia, mas, evidentemente, ter em mente que a situação e dinâmica, é difícil ter um consenso único e que o Conselho segue avaliando os pormenores da crise e desenvolvendo novas práticas
6. Jamais esquecer que as repostas do profissional na crise devem ser alinhadas às necessidades e aos valores locais daquela comunidade. A prática será sempre norteada pela Ética nas intervenções psicossociais visando não causar danos e trazer benefícios aos assistidos.
Referência: Curso “A poderosa necessidade humana de segurança: o que você pode fazer como profissional diante de uma crise?”, com Maria Helena Franco.
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