
De acordo com Kenneth Doka, referência mundial em luto, o luto não reconhecido – aquele que não é validado pela sociedade onde o enlutado está inserido – envolve algumas perdas não reconhecidas, consequentemente. Como professores que perdem seus alunos e vice-versa, cuidadores quando um paciente morre, colegas virtuais que jamais conhecemos pessoalmente, mas que sentimos por sua morte, entre muitos outros exemplos.
Doka relata em sua aula sobre Luto não reconhecido (parte do curso “O Luto, suas bases e expressões”, disponível na One Life Alive), sobre a morte de um jovem chamado Cris. Ele sofria de múltipla distrofia e, com o passar do tempo, estava cada vez mais debilitado, perdendo sua capacidade de locomoção.
Cris era um jogador de Wordcraft, um tipo de jogo online no qual o jogador tem um avatar que interage com outros jogadores. Na medida em que Cris ficava cada vez mais debilitado, ele passava mais horas jogando e seu personagem se fortalecia.
Quando Cris faleceu, seus amigos virtuais criaram uma cerimônia para o personagem de Cris, dentro do jogo. Muitos avatares se reuniram para se despedir daquele amigo virtual. E a cerimônia foi de extrema importância para a assimilação do luto por todos aqueles amigos de Cris.
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