Descrição
Comunicação de más notícias e humanidades. Videoaula da psicóloga Márcia Stephan.
Como dar uma grave notícia em relação à saúde de um paciente? Como passar as informações e instruções necessárias em um momento delicado? Como manter a humanidade e colocar-se à disposição do doente?
Quem lida com portadores de doenças graves certamente já pensou em todas essas questões. Há profissionais que preferem o distanciamento como forma de autoproteção, mas este não é o melhor caminho, pois pode, inclusive, levar ao burnout do profissional de saúde. Então, como comunicar uma má notícia da forma mais adequada?
Nesta videoaula, a psicóloga Márcia Stephan faz um resgate histórico de como eram os cuidados com a saúde até o século XIX. Se por um lado, eram poucos os recursos disponíveis, por outro, o relacionamento entre paciente e médico era mais profundo.
Márcia aborda a evolução da medicina, com o desenvolvimento de novas técnicas cirúrgicas, o uso da anestesia, o avanço da quimioterapia, entre outros pontos. Se por um lado a medicina avançava, por outro, o olhar do médico para o ser humano além da doença começava a se perder. Era preciso estar atento à capacitação do profissional também pelo viés humanitário.
A psicóloga relembra que Francis Weld Peabody (1927) já chamava atenção para o fato de que “os cuidados de saúde são uma arte baseada cada vez mais nas ciências médicas, mas incluem ações que estão fora de qualquer ciência”. Em outras palavras, ele destacava que era preciso ir além da doença e que “o segredo do cuidado com o paciente está no cuidar do paciente”.
E como cuidar do paciente de forma mais ampla? Pontos como o melhor formato de consulta, o tempo a ser disponibilizado, a melhor abordagem, entre outros devem ser considerados na relação entre o paciente e o profissional da saúde, como relata a psicóloga nesta videoaula.
Pontos de atenção ao comunicar uma má notícia
A comunicação de uma má notícia – qualquer notícia que implique em uma mudança drástica na perspectiva de futuro em um sentido negativo (Bruckman, 1990) – também requer preparo e atenção especial por parte do profissional da saúde que, segundo a psicóloga, deve focar:
– Na clareza da informação;
– Nos limites de quem ouve, tanto paciente quanto família. Até onde estão dispostos a ouvir naquele momento? A informação deve ser transmitida integralmente ao paciente? Ou à família?
No respeito às crenças do indivíduo, lembrando que cada paciente tem suas características culturais e religiosas e um cuidado personalizado neste sentido pode ajudar muito na assimilação da informação e, consequentemente, na adesão do paciente ao tratamento;
Na abertura para que o paciente fale sobre a morte se assim o desejar, entre outros pontos.
Márcia destaca que a comunicação de um diagnóstico de câncer é sempre traumática, tanto para o médico quando para o paciente e a forma de comunicação é muito importante principalmente em casos extremos, isto é, quando o paciente deverá caminhar para os cuidados paliativos da doença.
Quando a medicina já não pode curar, ainda assim pode cuidar. Caberá à equipe médica ajudar esse paciente a ter a melhor qualidade de vida dentro do tempo e condições que lhe restam. Ouvir sentimentos, atender pedidos possíveis e ajudar a resolver pendências são tarefas dos profissionais da saúde também.
Perfis de quem comunica a má notícia
Márcia resgata a literatura de Atul Gawande e Linda Emanuel para mostrar quais são os três perfis de profissionais que comunicam a má notícia: o paternalista (que traz a informação e também qual será o caminho percorrido a partir dali), o informativo (que comunica o diagnóstico, passando fatos e números e transfere ao paciente a responsabilidade de escolher qual caminho seguir) e o interpretativo (que apresenta o diagnóstico e, junto com o paciente, ajuda a escolher as melhores alternativas para o tratamento), sendo este último o perfil mais adequado.
Os protocolos de comunicação: Spikes, Girgis e Amen
Na videoaula, a psicóloga também apresenta os principais pontos de três protocolos de comunicação de más notícias.
O protocolo Spikes, por exemplo, sugere que o profissional de saúde explore se o paciente está assimilando a informação que está sendo transmitida e indica sumarizar a consulta, destacando os pontos-chave.
No protocolo Linda Girgis, a psicóloga destaca que o profissional não deve prever a reação do paciente ao receber a má notícia, mesmo que já o conheça anteriormente e que é preciso amparar o doente e sua família, no sentido de lhes dar esperança, por pior que seja o diagnóstico.
Já o protocolo Amen, fala sobre a importância de reafirmar a crença do paciente (confiança na cura, por exemplo) e destaca que “a comunicação entre o paciente e o provedor de cuidados de saúde é mediada pela Humanidade entre ambos”. Para finalizar a videoaula, Márcia apresenta ainda algumas técnicas sobre como lidar com as emoções dos pacientes.
Para saber mais detalhes sobre essas técnicas, as propostas de cada protocolo, o paralelo traçado entre a evolução da medicina e a capacitação do profissional da saúde e a importância de manter a humanidade na relação com o paciente, não deixe de assistir à videoaula “Comunicação de más notícias e humanidades”.
Palestrante: Márcia Stephan, Psicóloga
Título da Videoaula: A comunicação de más notícias e Humanidades.
Tempo de duração: 45 minutos
Idioma: Português
Legenda: Português – Brasil
Período da locação: 1 semana
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