Descrição
O Luto não reconhecido. Videoaula do Prof. Dr. Kenneth J. Doka
Imagine perder alguém e não poder falar sobre a sua dor. Ou falar sobre ela, mas não ser compreendido, aceito. Imagine não ter seus sentimentos validados pelo próximo, como se você não pudesse ou não devesse sentir o que está sentindo. Este é o conceito de luto não reconhecido, que pode se estender a muitas outras situações, como a perda de um emprego ou a passagem de um estágio da vida para outro.
Nesta videoaula, o Prof. Dr. Kenneth J. Doka nos apresenta este importante conceito de luto não reconhecido, destacando que em todas as sociedades existem as regras do luto, ou seja, os sentimentos e formas de se portar em relação ao luto que são aceitos por todos.
Assim, o luto pela perda de alguém da família é amplamente aceito. Mas o luto por um colega de trabalho, um ex-cônjuge ou mesmo alguém muito idoso causa um certo tipo de estranhamento e as pessoas não estão abertas a ouvir ou acolher o enlutado.
Há ainda as perdas não necessariamente relacionadas à morte, como no caso de uma doença, na qual o indivíduo vive perdas secundárias, como não poder mais trabalhar. Uma pessoa idosa pode perder a capacidade de dirigir um automóvel, tendo sido motorista durante toda a sua vida.
O professor lembra que as transições da vida, mesmo que positivas, também implicam perdas e podem gerar o sentimento de luto, como a graduação da faculdade, que implica em não conviver mais diariamente com aqueles colegas. Segundo William Worden:
Mudança = perda = luto
De acordo com Doka, a definição de luto não reconhecido fala de uma perda que não pode ser aceita socialmente, abertamente reconhecida ou ter seu luto vivido publicamente.
O professor recorre a outros autores para discorrer sobre o tema, como Martin (2005) que afirmou que “Regras culturais sobre emoções garantem aprovação para as vítimas consideradas acima de recriminação. Este processo sofre influência de classe social, raça, étnica”
Algumas relações de luto não reconhecido, segundo Doka:
- Amigo
- Ex-cônjuge
- Professor
- Terapeuta / paciente
- Cuidador
- Colega de trabalho
- Professor/ Coach
- Celebridade
Outras perdas importantes, as quais provocam o sentimento de luto, porém não são reconhecidas pela sociedade são o aborto, a demissão, a infertilidade, o encarceramento, entre muitas outras.
Mortes não reconhecidas
Além do luto não reconhecido, Doka ressalta que há as mortes não reconhecidas como de um suicida ou de quem morreu assassinado após cometer um crime (o criminoso também tem sua rede de relacionamentos, uma mãe que sentirá sua falta).
Diferentes maneiras de viver o luto
Se o luto difere de pessoa para pessoa, a forma como as sociedades/ culturas encaram o luto também apresenta diferenças. Por exemplo, quando um dos parceiros de um casal gay morre, quem fica pode não ter seu luto reconhecido e só encontrar suporte dentro da comunidade LGBT. Ou seja, o não reconhecimento significa ausência de apoio.
Mas seja qual for o tipo de luto que o indivíduo estiver vivendo, reconhecido ou não reconhecido, Doka atenta para o fato que “Todos os lutos se tornam não reconhecidos ao longo do tempo”. Isto é, até mesmo um luto em que a vítima é acima de qualquer recriminação, como um pai que perdeu um filho, com o passar do tempo as pessoas ao seu redor não serão mais tão acolhedoras ou não responderão da mesma forma à dor do enlutado.
Possíveis complicações de luto não reconhecido
Entre as consequências do não reconhecimento do luto, segundo Doka estão a falta de suporte, como mencionado anteriormente, a intensificação de reações de luto, a falta de rituais para marcar a passagem, entre outras.
O professor lembra que o luto não reconhecido é o mesmo processo do luto, porém sem o suporte necessário para seu enfrentamento. O enlutado terá seus altos e baixos e poderá considerar que está evoluindo bem quando a intensidade das reações diminuir, e sentir que, de algum modo, houve uma evolução, um desenvolvimento.
Talvez a pessoa que esteja vivendo um luto não reconhecido necessite, por exemplo, de um ritual para marcar a passagem de quem se foi e, assim, conseguir se reestruturar em diversos níveis.
Nesta importante videoaula, Doka traz, como sempre, relatos de casos reais que ajudam a elucidar o tema e como conseguiu, junto com seus pacientes, encontrar a forma mais adequada de lidar com os sentimentos. Na avaliação do professor, um dos papeis do terapeuta é ajudar seu paciente a encontrar a melhor forma de viver esse luto não reconhecido e oferecer o suporte necessário para que enfrente sua perda.
Palestrante: Prof Dr Kenneth J Doka
Título da Palestra: Luto não reconhecido.
Tempo de duração: 66 minutos
Idioma: Inglês
Legenda: Português – Brasil
Período da locação: 1 semana
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